Ezequiel, cujo nome significa "Deus Fortalece", é identificado como filho de Buzi, sacerdote (cf. Ez 1,3). Membro de Uma Família sacerdotal, casado, sua esposa faleceu quando Nabucodonosor deu início ao cerco final a Jerusalém (cf. Ez 24, 16-24). Nasceu por volta do ano 622 a.C., foi deportado para a Babilônia em 597 a.C. Profetizou de 593 a.C a, pelo menos 570 a.C. e morreu por volta de 560 a.C.
Seu ministério profético mostra ênfase sacerdotal, por sua preocupação com o templo, o sacerdócio e os sacrifícios, e coincidiu brevemente com o de Jeremias. A residência de Ezequiel ficava na cidade de Tel Abibe, a principal colônia de judeus exilados ao longo do rio Quebar, o "grande canal" de Nabucodonosor (cf. Ez 1, 1; 3, 15. 23). Ezequiel viveu seu ministério durante os mais terríveis dias da história de Judá: os 70 anos do cativeiro da Babilônia. Seu ativo ministério durou mais ou menos 22 anos (cf. Ez 1, 2; 29, 17)
• Vocação e Missão de Ezequiel:
O relato da vocação de Ezequiel se situa em 593 a.C., o quinto ano do reinado de Joaquim. Sua vocação é descrita em Ez 2, 1-3, 11 e está articulada em oito fórmulas "Filho de Adão". Ele é enviado à casa de Israel, que vai se chamar "casa rebelde". A primeira atividade do profeta é se colocar como sentinela da casa de israel (cf. Ez 3, 16ss; 33, 1-2)
O propósito principal de Ezequiel é lembrar à geração nascida durante o exílio babilônico a causa da destruição de israel, o julgamento das nações gentias e a chegada da restauração nacional de Israel. Ezequiel vai mostrar aos exilados a importância da responsabilidade pessoal pela desgraça da nação. Cada um é responsável pelo seu pecado individual (cf. Ez 18, 24). Foi o peso do pecado acumulado de cada indivíduo que contribuiu para o rompimento da aliança de Deus com Israel, e cada qual leva uma porção da culpa pela julgamento que resultou no exílio.
• Atividade profética de Ezequiel — passos
Ezequiel, dirigindo sua mensagem aos exilados da Babilônia, quer levá-los a fazer uma revisão da sua caminhada. Ele quer ajudar o povo a perceber sua responsabilidade pessoal e coletiva frente à catástrofe que lhes ocorreu com o exílio e a acolher a nova aliança que Deus vai lhes propor, pelo seu Espírito. Isso exigirá do povo um caminho de conversão com os seguintes passos:
→ Primeiro passo: O Profeta que mostrar ao povo que não foi Deus quem o abandonou, mas foi o povo quem abandonou a Deus. A monarquia, a falsa religião, os abusos e as alianças políticas foram o caminho que pouco a pouco levou o povo à derrota final. A Inteção do profeta é levar o povo a refletir sobre os seus próprios erros (cf. Ez 16).
→ Segundo passo: O Profeta ajuda os exilados, por meio do provérbio das uvas azedas no capítulo 18, a perceber que a escolha da monarquia foi feita pelos antepassados, mas o pecado é pessoal, porque as gerações seguintes mantiveram o sistema do reinado. O pecado pessoal e o pecado coletivo exigem a conversão pessoal e coletiva (cf. Ez 18)
→ Terceiro passo: Ezequiel vai mostrar ao povo que Deus mesmo vai renovar sua aliança, purificando, tirando o coração de pedra e dando um coração de carne, infundindo o seu Espírito. Não mais a aliança escrita em pedra, externa ás pessoas, mas uma aliança e uma lei escritas no coração das pessoas. Depois de, no capítulo 36, ter falado da nova aliança, no capítulo 37, apresenta a visão dos ossos ressequidos que retomam vida para alimentar a esperança, na certeza de que o povo convertido vai reviver pela ação do Espírito de Javé.
• Organização do Livro:
O Livro de Ezequiel é formado por 48 capítulos. Está facilmente dividido três seções: o julgamento de Judá (capítulos de 1 a 24), o julgamento das nações pagãs (capítulos de 25 a 32) e as futuras bençãos pela renovação da aliança de Deus com o povo (capítulos de 33 a 48)
Dois temas teológicos perpassam o pensamento do profeta Ezequiel: a ênfase na responsabilidade pessoal (cf. Ez 18, 4) e a atuação da graça no renascimento da nação. O arrependimento entre exilados resultaria na recriação de Israel a partir dos ossos secos (cf. Ez, 11-14). Ezequiel enfatiza em sua obra a ação do Espírito que estimulará o povo a uma nova vida. Por esta ênfase, o profeta antecipa a doutrina da atuação do Espírito, no Novo testamento, de modo especial na comunidade de João.
Nenhum comentário:
Postar um comentário