• Maria mãe de Deus
A grandeza de Maria aparece, em primeiro lugar, no fato de ser mãe de Deus.
A força do Espírito Santo envolver Maria com a sua sombra e a escolheu para ser mãe do primogênito de toda a humanidade, Jesus Cristo, o Filho de Deus. "O Espírito Santo descerá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra" (Lc 1, 13)
A partir do Concílio de Éfeso (ano 431), a Igreja proclamou a maternidade divina de Maria. Os padres conciliares proclamaram que Cristo é uma só pessoa com duas naturezas: a divina e a humana. Portanto, Maria, sendo mãe de Jesus (como homem), é verdadeiramente a mãe de Deus. Surgiu, então, no coração do povo, a devoção a Maria como mãe de Deus.
A constituição dogmática sobre a Igreja Lumen Gentium, do Vaticano II dedica o capítulo VIII a Maria: "A bem-aventurada virgem Maria, mãe de Deus, no mistério de Cristo e da Igreja". Grande é a dignidade de Maria porque ela é mãe, seguidora de Jesus, testemunha e discípula de seu próprio Filho. A vida de Jesus passa pela experiência de Maria desde a concepção, infância e vida oculta até a sua vida pública, sua morte e ressurreição.
Maria é mãe de Jesus e também é nossa mãe. Pelo fato de ter acompanhado Jesus até o calvário, acompanha hoje todos os seus filhos, que foram entregues a ela por Jesus quando disse a João: "Eis a tua mãe".
Hoje, é importante invocar Maria como mãe da Igreja. Ela reconstrói o reino de Deus e nos ajuda a encarnar o evangelho no nosso tempo.
• Maria discípula e missionária
Só olhando a pessoa de Jesus é que se entende o discipulado cristão. O discípulo procura viver a vida do mestre. Por isso, o evangelista João afirma: "O que vimos, ouvimos e apalpamos é o que vos anunciamos" (1Jo 1, 1-3). Trata-se de um "saber" que se faz "ser" e "agir". O que o discípulo vê, ouve e experimenta modela a sua vida e manifesta num agir novo. Maria é a primeira discípula de Jesus porque identificou a sua vida com a vida dele. Viveu intensamente na escola do "mestre" Jesus.
Maria comunica a todos nós uma experiência feminina de discípula missionária com base numa realidade intensamente vivida. Sua figura de mulher livre e forte perpassa os evangelhos como verdadeiro segmento de Cristo. Ela, como primeira cristã, viveu essa experiência como mãe e como discípula, na compreensão profunda do projeto do Pai realizado por Jesus.
Olhando para Maria, reconhecemos nela a imagem perfeita da discípula missionária. Maria não apareceu nos grandes acontecimentos da sua época. Ela se se envolveu com gestos simples, ordinários, que constituíam a existência da grande massa das mulheres do seu tempo e também do nosso. Hoje, como Maria, há muitas mulheres seguidoras de Jesus que não aparecem nos jornais, nas revistas, do rádio e na televisão, mas fazem a história e constroem a vida da sociedade e da Igreja, tecida de dores e alegrias.
• Maria Catequista
Todo ato catequético é cristocêntrico; isto é, a mensagem central e fundamental da catequese é a pessoa de Jesus Cristo, e a catequese quer favorecer o encontro pessoal com ele, na comunidade de fé.
Maria, mediante o seu consentimento na fé, permite a realização pela do projeto do Pai: a entrega de seu Filho à humanidade para salvá-la e redimi-la.
Nos evangelhos das comunidades de Licas e de João, Maria, a mãe de Jesus, é modelo de fé a ser proposto na catequese: diante da profecia de Simeão (cf. Lc 2, 34-35); ouvindo a resposta de Jesus no templo (cf. Luz 2, 50); confrontando-se em Caná com a aparente frieza de Jesus (cf. Jo 2, 4); compreendendo que são mais felizes aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática (cf. Lc 11, 28); recebendo no alto da cruz o ministério maternal na Igreja, confiado por Jesus (cf. Jo 19, 26).
Nos Atos dos Apóstolos, Lucas narra a presença de Maria na comunidade reunida em oração à espera do Espírito Santo. No dinamismo orante da comunidade encontra-se a pessoa de Maria, mulher catequista e discípula, atenta ás necessidades da Igreja nascente. Ela, a primeira discípula de Jesus, torna-se mãe da Igreja pela mesma atitude de Fé aberta ao Espírito.
O povo cristão encontrou e encontra, através dos tempos, a presença evangelizadora da catequista de Nazaré.
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