quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A comunidade eclesial e a Catequese

A Igreja tem como missão evangelizar e, dessa missão, deriva o direito e o dever da catequese. 

      Todo fiel tem o direito de receber dos pastores a ajuda dos bens espirituais (cân. 2013). Por outro lado, a Igreja alerta o fiel para que adquira uma formação cristã adequada (cân. 748), busque a santidade (cân. 210), trabalhe para que "o anúncio divino da salvação chegue sempre mais a todos os homens..." (cân. 211). Entre vários meios para anunciar o Evangelho, a Igreja destaca a instrução catequética (cân. 761), pela qual se ensina a doutrina cristã de forma sistemática.
    Os fins fundamentais da catequese são o ensino da doutrina e a experiência de vida cristã viva, explícita e atuante (cân. 773). Assim entendida, segundo os documentos da Igreja, a catequese deve cultivar as seguintes dimensões: o conhecimento da fé, aprofundando o conhecimento da Escritura e da Tradição; a formação litúrgica; a formação moral; a iniciação no compromisso apostólico e missionários; a oração — a catequese deveria ser verdadeira escola de oração; a educação para a vida comunitária, incluindo-se também a dimensão ecumênica.
      A própria comunidade eclesial é a primeira catequista. É a Igreja como tal que catequiza, portanto essa deve ser uma ação solidária de todos os fiéis da comunidade. Todos participam dessa responsabilidade cada qual segundo seu modo próprio, seus dons e carismas, como testemunhas do anúncio do Evangelho com a palavra e o exemplo (cân. 756-759). Para uma catequese ser significativa é condição essencial o apoio e o testemunho da comunidade eclesial, pois o processo catequético supõe uma verdadeira experiência de Igreja. O cânone 774, parágrafo 1, lembra: "A solicitude pela catequese, sob a direção da legítima autoridade eclesiástica, é responsabilidade de todos os membros da Igreja, cada um segundo suas funções".
      A legislação canônica destaca e especifica a responsabilidade do bispo, do pároco, dos sacerdotes em geral, dos religiosos, de outros consagrados e dos pais de família. Esses como primeiros educadores da fé de seus filhos intervêm de forma decisiva no processo da catequese. Os pais católicos recebem pelo sacramento do Matrimônio a graça e a responsabilidade da educação cristã de seus filhos (câ. 774, §2).
       Por fim, a colaboração dos catequistas leigos também é importantíssima, por causa da dua inserção no mundo, enriquecimento a transmissão do Evangelho como uma especial sensibilidade para encarná-lo na vida concreta. Os catequizandos podem encontrar neles uma referência próxima de como viver a mensagem de Jesus Cristo no cotidiano da vida, dentro desse complexo mundo.
      Embora não se fale em missão canônica, o serviço catequético pode ser considerado como um autêntico ministério da Palavra. Poderia ser assumido como ministério não instituído oficialmente, mas, reconhecido de fato pela Igreja local (cân. 230 §2). Na Verdade, é uma ação pública da Igreja. O reconhecimento público, também com a cerimônia do envio, pode ser muito significativo: aponta para algumas exigências e alguns direitos. A relação do catequista com a comunidade eclesial não pode ficar escondida e, muito menos, excluída. O serviço eclesial do catequista exige o reconhecimento por parte da comunidade, que associa os catequistas ao serviço dos pastores. 

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