Escrito por volta de 198-1966 a.C., o livro contém 16 capítulos.
O 1° capítulo retrata a época de Nabucodonosor, rei da Assíria; o 2°, aponta o general Holofernes e seu exército; o 3°, mostra que este exército acampa em Betúlia; no 4°, os israelitas não baixam a guarda para os opressores; no 5°, o amonita Aquior explica para Holofernes, que os israelitas não podem ser derrotados, caso não tenham cometido pecado ou infidelidade contra o seu Deus; no 6°, Aquior deve morrer junto com todo o povo de Israel; no 7° Holofernes e seu exército fecham o cerco contra Betúlia; no 8°, aparece a jovem viúva Judite; no 9°, a oração de Judite; no 10° e no 11° Judite entra no acampamento de Holofernes e o agrada com uma promessa: a vitória; mo 12° e no 13°, o general convida a viúva para visitar sua tenta e lhe prepara uma ceia. No banquete, Holofernes se embriaga, Judite lhe corta a cabeça e a leva para Betúlia; no 14° e no 15°, Aquior se converte à religião judaica; os israelitas atacam e derrotam os assírios, que ficam sem chefe; o 16°, narra o cântico de Judite e seu falecimento. aos 105 anos de idade.
Conteúdo e mensagem
A forma literária deste livro é chamada de novela ou conto. O pano de fundo irreal da história narrada faz supor que provavelmente o autor não pretendia registrar fatos históricos. Vejam que Nabucodonosor, rei da Babilônia (605- 652 a.C.), neste conto é rei da Assíria e reside em Nínive; entretanto, o império assírio e a cidade de Nínive haviam sido destruídos em 612 a.C.
O nome do general Holofernes não é babilônico, mas persa. A cidade é Betúlia é desconhecida pelos relatos históricos, não pode ser identificada com nenhuma cidade palestina; protanto, trata-se de uma criação literária.
O nome de Judite só aparece em outro escrito como a mulher heteia de Esaú (cf. Gn 26, 34), sendo um nome muito improvável para uma mulher judia. Esse nome deve ter sido escolhido em virtude de seu significado "judia". Sobre as guerras que aparecem no livro, os relatos históricos não trazem nenhuma evidência de que tenha acontecido tudo isso na Palestina.
Portanto, o livro de Judite, tanto no seu pano de fundo como seu jeito que é enredado, apresenta todas as características de um romance histórico inventado.
Muitas vezes, o modo de agir de Judite pode ser criticado severamente porque ela assassina e, ainda mais, por meio de uma sedução. Porém, mesmo que ela ainda não tenha, de fato, seduzido Holofernes, quem narra para nós deixa claro que isso foi devido à misericórdia de Deus (cf. 13,16). Judite estava pronta e disposta a fazer tudo para libertar seu povo oprimido, e assim o fez.
O livro quer nos dizer que Deus salva o seu povo através da ação dos seres humanos. A fidelidade à lei. Esse é o núcleo do discurso de Aquior (cf. 5, 5-21), das palavras de Judite (cf. 8, 17-20) e de seu exemplo como mulher e viúva que vive segundo a lei (cf. 8;6; 10,5; 12,2. 19).
Assim, o Deus de Judite é o Deus dos humildes, o socorro dos oprimidos, o protetor dos fracos, o abrigado dos abandonados, o salvador dos desesperados (cf. 9,11). E Judite é um exemplo desse povo e desta Fé.
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