segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Cântico de Ingresso


     A Liturgia da missa, na tradição romana se inicia com o cântico de ingresso. Os estudiosos procuraram entender o significado desde cântico, bem como sua origem histórica. Temos insistido que o ritual da ceia é uma construção histórica, onde as comunidades cristãs, partindo dos relados e das memórias dos apóstolos, foram organizando um ritual que fosse eficiente para reviver o grande mistério da eucaristia.
     A primeira notícia que temos de um cântico de ingresso está registrada no Liber Pontificalis. Este volume litúrgico é um modelo antigo de ritual para a Igreja de Roma, promulgado pelo Papa Celestino I, no século V, para a celebração da missa nas várias comunidades.
     O cântico de ingresso de inspira nas sagradas escrituras, que recordam que Davi cantava salmos antes de celebrar o sacrifício. Também a comunidade cristã eleva salmos a Deus antes de recitar os evangelhos e celebrar o sacrifício do Senhor. Cantar salmos é um título genérico para todas as louvações a Deus.
     Este cântico está colocado no início da celebração, como forma preparatória da comunidade para congregar o povo fiel, e elevar seu espírito para viver mais profundamente os mistérios pascais.
     Como se trata de uma elaboração histórica, nem sempre houve este modelo ritual. Em algumas comunidade, iniciavam-se os rituais com as leituras e somente depois se elevavam salmos e se faziam as reflexões penitenciais. No entanto, o ritual romano sempre contemplou este modelo, desde suas origens mais antigas.
     Conforme o Ordo Romanus I (Ritual Romano), que é o ritual oficial de quase toda Igreja Cristã do Ocidente, unida a Roma, este cântico tem antes de tudo uma preocupação espiritual e pastoral. Com este Canto, os fiéis se concentraram na celebração, ao mesmo tempo que a assembléia (ministrantes e povo) é composta. Podemos arriscar dizendo que é semelhante à composição de uma corte ou de um tribunal, como seus ministérios, lugares específicos e funções bem determinadas.
     Enquanto o presidente da celebração e seus ministros se dirige ao altar, os fiéis cantam salmos, antífonas ou poemas que sintetizam o mistério que a comunidade está por celebrar.
     Com o Concílio Vaticano II, este canto de entrada acabou deixando de sustentar a entrada dos ministros, que saíam diretamente da sacristia. Nos últimos anos, estamos recuperando esta riqueza ritual e os ministros fazem cortejo da porta até o altar, como o Papa realizava em Roma desde os primórdios. A riqueza dos cantos se acompanhava com turíbulo e incensações. 

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